Aventuras e desventuras de moças em permanente movimento migratório.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Natal

Aquela sensação de que é Natal começa com o frio a instalar-se, os dias a ficarem cada vez mais pequenos, os anúncios na televisão e as luzes... Oh, as luzes da Natal, nada melhor para nos incutir de espirito natalicio. Ok, as decorações de Natal são regra geral prematuras e acompanhadas por estridente música de Natal. Mas enfim tudo isso nos lembra que é Natal e quem passa esta época longe de casa não só se lembra como até sente falta de todos estes pequenos nadas.

Vou passar o meu segundo Natal na Austrália, honestamente custa-me bastante passar o Natal fora de casa, mas a parte boa é que aqui não me lembro que é Natal até para aí umas 24 horas antes. Aqui o Natal é sinónimo de férias de Verão, de praia, de BBQ e para quase toda a gente é o inicio de umas férias que duram até meados de Janeiro. Desde quando é que cabe na cabeça de alguém um Natal assim, passado na praia?? Ainda bem!! Já que é para estar longe de casa ao menos que o faça a curtir o Verão!

Bom, são 17:00 e estão 36ºC vou só dar mais um megulhinho antes da “Ceia” de Natal que vai ser muito bem passada com os meus amigos e vai haver bacalhau e tudo, os que não são Portugueses que nem se atrevam a reclamar! Temos pena.

Feliz Natal para todos e um GRANDA 2016!!!!!
Vai correr tudo beeemmm ;)



quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Dezembro, esse mês maravilha.

Bem, é Dezembro em todo o lado. Em Melbourne, em Wiesbaden, em Nápoles, em Macau e em Évora.
Odeio o mês de Dezembro. Odeio. A sério. Apesar de adorar tudo quanto significa bem como tudo o que se celebra. 
A cena é que se celebra tanta coisa que eu dou por mim em stress constante sem saber para onde me voltar. Adorava viver esta época de uma forma cândida e serena, absorvendo a paz que é suposto inundar-nos. O Menino nasceu. Verdade. E o meu filho também. E vai ser o baptizado do meu sobrinho. E os anos do meu amigo/irmão César. E as festas da Salvada. E o Natal em Beja e o Natal em Évora. E, no meio disto tudo, a preparação da passagem de ano. Que a pessoa tende pensar nisso.
Claro que nos entretantos, há as festas de Natal do colégio. E a respectiva montagem associada. E os testes de final de período. E a compra das 92737382020 prendas que jurei que não comprava este ano mas que, afinal, não compro para o ano.
De repente, tento enfiar umas roupas encarnadas e percebo que ainda não emagreci desde o Natal passado. E que estou lixada. O que me vale é que vai dar "O Sozinho em Casa" números 1,2,3,4,5,6,7 And so on e eu vou gritar de desespero e aí perco 3 calorias.
Ahhhhh, mas há laços de mel da minha madrinha e pêras bebedas da minha mãe e tarte de amêndoa receita da avó Cristina. Isso salva tudo.
Tudo menos a minha conta bancária que, entretanto, flipou e foi com os meus cartões de multibanco com o pai natal no comboio ao circo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Chegou Dezembro

Prontos. Ainda ontem estávamos em Agosto de papo para o ar a apanhar um escaldão e agora eis que já é Dezembro. E nós vamos ter de falar sobre isto, dê lá por onde der, porque é Natal e em Dezembro é apenas do Natal que se fala.
Que o Natal se desvirtuou, passando de uma celebração religiosa a um período de ferocidade consumista, já todos sabemos. Se, porventura, embarcamos no teatro, isso já é um problema pessoal e instransmíssivel. Eu fiz a minha escolha. Nos dias que correm o meu Natal resume-se muito simplesmente a uma coisa e uma coisa apenas: comer! Tudo o resto são "fait divers".
Comecemos então pel'Àrvore de Natal, esse símbolo incontornável do espírito natalício. Só de pensar que tenho de fazer a Àrvore de Natal stressam-me os caracóis do cabelo. Fico doente das ideias só de me ver no meio daquela confusão de bolas, estrelinhas, fitinhas e merdinhas que à força terão de se unir com um senso criativo para o qual eu já não tenho a mínima das inspirações desde 1997. 
Por falar em decorações, falemos das luzinhas que todos os anos compro nos chineses, porque habitualmente (e vai-se lá saber porquê) se fundem, mesmo quando devidamente acondicionadas e fechadas durante 11 meses numa caixa na arrecadação. Vai-se lá perceber.
Ainda na minha curta e hedionda lista de cenas a fazer em Dezembro lugar de destaque para os presentes de Natal. É sem qualquer pudor que afirmo e sublinho mesmo antes de afirmar: ODEIO ESSA MERDA DOS PRESENTES DE NATAL! Puxar pela cabeça sobre o que oferecer a fulano e a sicrano enquanto se tenta sobreviver numa tempestade de gente nas ruas ou (pior) nos centros comerciais enquanto a Mariah Carey guincha o "All I want for X'mas is YOOOOOUUUUYYYYOOOOUUUUUUYYYYOOOOUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU" nos alto-falantes é uma tarefa hercúlea. A coisa até podia amenizar quando fosse hora de abrir os presentes que recebo, mas convenhamos, a minha existência continuaria a ser estupenda mesmo sem aquele par de chinelos em tecido polar, ou sem aquele gel de banho com pedaços de azeitonas dos himalaias ou até sem aquela toalha de mãos com o pai natal bordado. É pena, mas dou sempre por mim a pensar no desperdício de papel de embrulho. 
"Ah e tal, mas agora és mãe e com as crianças o natal é bem melhor" dizem-me. Pois tábem, abelha!
Não me lixem. Eu dispensava toda esta palhaçada, reduzia o Natal à mesa do dia 25 e a todas as várias mesas que lhe antecedem, porque em Dezembro o que interessa mesmo é estar sentado à mesa a comer e a beber com os amigos e com a família. 
Quando se é emigrante o cenário "mesa de Natal" assume nova e maior importância porque é habitualmente sinónimo de regresso a casa ou de ficar em casa longe da nossa "casa" ou até um "porra, que são tantas as saudades de casa". Em casa ou longe dela, sejam emigrantes ou não, desejo do fundo do coração que se empanturrem não apenas na quadra natalícia, mas em todo o mês de Dezembro. Desejo-vos mesas a abarrotar de azevias, fatias douradas e bolo-rei, bacalhau com todos ou só com natas e 31 perús recheados, um por cada noite de Dezembro. Pois se é para ser um período consumista, então que se consuma à grande toda e cada garrafinha de vinho até à última gota!