Aventuras e desventuras de moças em permanente movimento migratório.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Óscares: porque ainda não se falou o suficiente.

Meus caros amigos, vamos lá aqui esclarecer uma coisa: a parte pior de ver a cerimónia dos Oscares em directo é uma pessoa de bem ter de acordar de manhã cedo na segunda-feira seguinte portanto a barracada do envelope que atribuia erradamente o prémio do melhor filme ao La La Land que se ponha no seu devido terceiro lugar. 

Sim, em terceiro, porque em segundo há a camisa do Ryan Gosling!

Tenho para mim que foram os folhos da camisa do Gosling os culpados do mau karma do La La Land. Sejamos francos, aquela camisa bem que mereceu uma chapada ali, à frente daquela gente toda. TAU. Toma lá fresquinho! Agora vamos ter de dar um tempo,  Ryan...a nossa relação platónica sofreu bastante com este teu faux pas.


Ao contrário da maioria das opiniões, eu adorei os trapos desta edição dos Oscares. Porquê? Porque eu sou adepta da criativade e não há nada mais criativo na moda que um desastre no tapete vermelho. 
Assim que vi a Giuliana Racic em modo patinadora artistica russa, com direito a saidas de ar condicionado, levantei as mãos ao alto e pensei "oh pá, isto vai ser tãooooo bom!". Ainda assim, sinto que a Giuliana está à beira da mudança: é azul cueca e deve ter sido sem querer, mas ela acertou no tom de azul que lhe fica bem.


Olhando para trás percebo agora que o desastre "folhos do Gosling" (salvo seja) era uma tragédia grega anunciada. Assim que a Ruth Negga apareceu vestida de Deusa da floresta mas uns 350 pantones ao lado, a desgraça estava mesmo ali a bater à porta. Ainda no outro dia a Ruth sambava na cara das inimigas com um Louis Vuitton dourado que me fez lembrar o Metropolis e que por isso me fez pensar que seria ela o meu exemplo - um bom exemplo - de estilo a partir daquele momento. 
Mas não, meus amigos. Isto é a prova provada que não se pode confiar em ninguém.

       
Pior, a Sacerdotisa da bandolete não estava sozinha. Atrás dela veio todo um batalhão de umas quase 300 noivas (eram mais que às mães) em branco virginal, óbvios cai-cais brancos e saias princesa, porque *F.....* noiva ou quase-noiva ou gaja-que-vai-aos-Oscares-mas-queria-mesmo-era-entrar-na-igreja que se preze casa em cai-cai e saia princesa. 

Pede-se à mui respeitável audiência da próxima edição dos Oscares de não vestirem de branco. JÁ NÃO SE AGUENTA ESSA MERDA, PÁ!



Lá pelo meio, apareceu a Felicity, mas deve ter sido por engano. Eu como sou uma pessoa educada cumprimentei-a. Ela respondeu. Mas não passou disso.


Ainda não decidi se gosto mais da Cynthia Erivo ou da matrioska que quero mandar vir do Ebay. 


E por falar em bonecas: Disney. Eu adoro todo o Universo Disney, mas daí a vestir-me de Elsa ou Branca de Neve para ir ao Carrefour comprar um kilo de feijão e um pacote de guardanapos de cozinha vai todo um mundo de bom senso.
Portanto, eu não consigo perceber muito bem que tipo de detergente de máquina da roupa pessoas como Leslie Mann usam em casa, mas está-lhe a afectar a sanidade mental.




Em defesa da Octavia, uma querida, eu gosto do vestido e acho que lhe fica muito bem, mas eu também sou fã do Sam The Eagle do Muppet Show, portanto se fosse a vocês não me fiava muito no meu juízo em relação a este vestido. 



Eu gostava de ser amiga do Pharrel Williams e da sua cara metade. Gostava de ir lá a casa aos domingos para uns Barbecues, umas sessões de Trivial Pursuit ou apenas para beber umas cervejas sem alcóol - eu acho que eles não bebem...ou pelo menos não deviam. É um casal com uma dedicação admirável ao "zero fucks given" e ainda por cima com a assinatura Chanel. 

Tendo em conta as figuras que os Williams fazem em Chanel é claro que a Meryl Streep resolveu abster-se de vestir o que o Herr Karl lhe tinha preparado. É, no mínimo, justificável. 
São ou não são o casal mais fantástico da cena dos famosos!?! Claro que são. Aliás eu nunca me irei esquecer quando a Helen apareceu numa edição dos Oscares em fato de treino. BOSS DIVA! 
    

A Jessica é outra que amo de paixão. Esta mocinha nunca me falha. Cada tiro cada melro. É vê-la a afundar porta-aviões que nem gente grande. Eu não sei se ela tem um consultor de imagem, mas devia. 


Agora vamos fazer um pequeno interlúdio nesta publicação. 

 Gostaram?
Vamos tentar outra vez, mas desta mais de perto.


Bom. 
Continuando.

A Alicia irritou-me muito. Primeiro porque eu já lhe disse para ter cuidado e não bater com a cabeça na porta do armário da cozinha antes de escolher o vestido para os Oscares. Segundo não se fez acompanhar do Fassbender. Uma gaja que deixa aquele colosso de namorado em casa, veste-se de sevilhana e faz o carrapito que nós, gajas, fazemos antes de entrar no duche para não molhar o cabelo é uma afronta. E não falo mais disto, porque já estou nervosa.

Xispa daqui pa fora!!!


O melhor fica sempre para o fim. E no fim está a Janelle. Nunca pensei que o Elie Saab fosse capaz de tamanha monstruosidade mas a pior parte é nunca me ter ocorrido que houvesse uma pessoa capaz de o vestir. 
Um olhar mais cuidado e efectivamente não falta nada aqui: 
  • transparências CHECK
  • bordados com fartura CHECK
  • perolas, brilhantes enfim pedraria assim no geral CHECK 
  • cinto CHECK
  • cinto a fazer pendant com os remates de veludo CHECK
  • anquinhas à moda antiga (nunca pensei escrever isto) CHECK
  • coroa de louros a la Grega CHECK
  • cenas que me passaram ao lado e ainda bem CHECK 

Enfim, toda ela um desastre nuclear no tapete vermelho. Obviamente que tendo em conta a figura anexa e tudo aquilo que vos foi descrito neste post, a Janelle é a minha preferida. 

RESPECT!

Pr'ó ano há mais. E ainda bem ;)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

#cenas

Não curto o carnaval. Sim. Leram bem. Não gosto do carnaval. Gosto imenso de me mascarar quando me dá na cabeça. Deliro com festas temáticas. Quanto mais bizarras, melhor. Sim, porque os anos 20 também já foram uvas de uma videira que ultrapassou a sobrevida dos mil anos. Mas esta coisa de ver toda a gente descascada, com collants de mousse, a dançar à chuva e ao som do nosso mais tradicional samba, não me grangeia simpatia. 

O mesmo se aplica à passagem de ano. Bem vistas as coisas, do que eu não gosto mesmo é de datas em que temos de fazer aquilo de forma obrigatória. E por aquilo leia-se "bora lá ter o tempo da nossa vida". Não consigo. Não escolheria nunca isto num par ou ímpar. A minha sorte é que, como os meus rebentos já passaram a fase dos desfiles e do prémio da super máscara de Noddy ou princesa, o carnaval consegue ser só três dias em que se desafiam as leis da metereologia. 

Era isto. Dá para ser já quarta feira de cinzas?