Aventuras e desventuras de moças em permanente movimento migratório.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Os sermões que ainda levamos das nossas mães! (mesmo com 32 anos!)

Tenho 32 anos e no pensamento da minha mãe ainda tenho cara para levar umas boas chapadas!

A educação lá em casa sempre foi como pão na mesa, mas no tocante ao asneiramento a coisa foi sempre mais complexa. O porra e o caraças sempre foram engolidos com algum sofrimento mas as mais pesadas sempre foram engolidas com chapadas, especialmente pela minha mãe, o meu pai cagava um bocado na cena. 
De forma que sou do tipo de pessoa controlada, mas caso esteja rodeada de jetlaggers nasce em mim um verruga tão feia como nojenta e lá vêm todas as asneiras que diariamente são controladas. É tipo o peido que espera tempo a mais e causa o efeito ainda mais desastroso para o ambiente local.

De modos que, no outro dia a mãe liga e conversa:
M: Já tens 32 anos tens idade para te controlares e dizeres aquelas asneiras e falar mal de um país que te acolheu!!!
Eu: Mãe aquilo é um blog as pessoas adoram ler coisas más, saaangue! Eu adoro viver na Alemanha! Mas esta gente de sandálias com meias têm de ser humilhadas.

E nisto cai a ficha e penso que, man eu não tenho idade para ouvir sermões da minha mãe, eu estou emigrada pela lógica estou longe e a minha ausência deveria provocar saudade e não vontade de dar sermão!

Aquela cena do sermão de Santo António aos peixes aplica-se ao meu caso, eu não vou deixar de dizer asneiras, mãe desculpa!

Que merda, apesar da idade e distância as nossas mães exercem o mesmo efeito caso vivessem aqui ao lado de casa. Todos os dias falamos e acabamos quase sempre com ideia que ficou alguma coisa por dizer, as dicas sobre o jantar e as perguntas desconfortáveis fazem-se por skype, de forma que o corar da face é detectável no caso de mentira.

Sou uma menina mimada que sempre telefonou diariamente e, a situação mais constrangedora vivenciada na fase adulta foi na universidade.

M: Olá filha estas onde?
Eu: Olá mãe! Estou na universidade a lanchar com uns amigos?
M: Quem são os amigos?
Eu: Ó mãe são uns colegas!
M: O que estás a comer?
Eu: Um galão e um pastel de nata.
M: Olha tu come as coisas que te mandei, não mandes nada fora que há muita gente a morrer de fome.
Eu: Sim mãe!
M: Então vá já acabaste de lanchar?
Eu: Não mãe estou ao telefone com a mãe!
M: Ok então vá vai lanchar e come! Ainda tens o bacalhau a Brás?
Eu: Não mãe, já comi!
M: Pronto! Beijinhos
…e nisto começam os sons de beijinhos durante 10 segundos!
Eu: Beeeeeijo mãe!
M: Faz!!! ... manda beijinhos à mãe, daqueles com som!
Eu: Mãe estou na mesa com os meus colegas (fodasssse) não posso!
M: Faz tu mandas sempre beijinhos à mãe!?!?!?!?

…E com isto fui gozada durante uns anos largos!


Ou seja o sermão que me deu há coisa de quinze dias faz sentido, sou uma filha da mãe, que criou um blog para escrever aventuras caricatas no estrangeiro e manda umas broas asneiradas fodidas que para quem lê, mas caro leitor esta merda toda é a brincar.


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