Aventuras e desventuras de moças em permanente movimento migratório.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Ir ou não ir de férias em Agosto?

Todos os santos anos me questiono se devo ou não ir de vacanças em Agosto. E todos os anos me arrependo de ir.
Trabalhar em Agosto, em Évora, é delicioso. Não há trânsito (pasme-se!!! Em Évora há trânsito!), é mais fácil estacionar, posso ir ao centro às horas que me apetecer que não há ninguém nas lojas, não há filas e as esplanadas são todas minhas. E dos milhares de turistas que por aqui pululam. Chineses e brasileiros. O que faz com que eu possa cruzar a perna e dizer mal de quem me apetecer sem que o gajo da mesa ao lado vá contar ao meu alvo por ser seu primo ou amigo do peito.
Está um calor monstro. Daqueles mesmos bons. Que se colam à pele e nos incha os pés. Que dá para enfiar uns shorts e um chapéu e ir aos sítios todos onde não cabemos durante o ano.
E dá para nos juntarmos com os nossos amigos resistentes às férias em Agosto de volta de uma imperial gelada e um belo prato de tremoços. Rindo e dizendo baboseiras à sombra. Há lá melhor que isto?
Pode haver. A gaita é essa. Há os nossos outros amigos todos que abalam de férias em Agosto e que vão para o mesmo sítio que nós. Que nos acompanham nos mergulhos, nas gargalhadas, nos desabafos acerca do emprego e outras tretas. Os amigos que até vivem connosco o ano todo mas que, nas férias, estão como nós: sem pressas e mais leves. E os outros amigos que veem das nossas terras e das terras deles ou das outras onde moram e tudo partilham connosco. E há a loucura das petiscadas, dos sunsets improvisados, das brigas por causa da ordem dos banhos, da escolha do sítio para jantar que acaba por ser sempre no sítio do costume porque a Belinha já sabe do que gostamos, do “amanhã não como nem um grão de areia e vou correr 30 km” e do “Bolas, já são 10 da manhã, corro amanhã que agora já está muito calor”.
E isto faz-te esquecer a promessa feito no dia 30 de Julho do ano passado: nunca mais vou de férias em Agosto porque em Agosto é que se trabalha bem em Évora. E esquece-se sempre e quando se enterra o pé na areia a escaldar de Montegordo e começamos a trabalhar no bronzeado das axilas. Sim, porque de tanto levantar o braço para cumprimentar quem conhecemos, as axilas são a parte mais bronzeada do nosso corpo. E assim, fujo daqui e vou de férias para ao pé dos meus amigos de cá. Nada como ir para fora cá dentro e fazer férias com quem passamos o ano. Podia ser diferente. Mas não era tão bom.

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