Aventuras e desventuras de moças em permanente movimento migratório.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Emigrar, será uma escolha?

No outro dia um amigo, cuja nacionalidade nem vale a pena revelar, dizia-me que teve de sair do seu país pois corria sérios riscos de ser assassinado, ou pior, que algo pudesse acontecer à sua mulher ou aos seus filhos. Bolas, que privilegiada que sou que nem consigo imaginar essa sensação. E não, não vou entrar em temas sensíveis porque senão nunca mais saímos daqui.
Para mim emigrar foi uma escolha, houve um dia em já não me apetecia estar onde estava e decidi aventurar-me. Tenho a sensação que a maioria das pessoas que conheço também emigrou porque quis. Bom, alguns emigraram porque não conseguiam encontrar emprego no seu país e assim pode-se dizer que foram forçados a emigrar. Não quero ser injusta com ninguém, sei que há situações de desespero, que levam uma pessoa a aceitar quase tudo.
Feitos os esclarecimentos, não é a estas pessoas que me refiro, nem por sombras. Refiro-me àqueles que emigraram para onde lhes apeteceu, porque lhes apeteceu e tenho constatado que há dois tipos de emigrantes destes:

Tipo 1 –Em Portugal tudo é bom
Caracterizam-se por só falar mal do país onde estão. Acham que Portugal é o país mais bonito do Mundo, que só em Portugal é que se sabe cozinhar, ou comer bom peixe. Que tem as melhores estradas, as melhores escolas, os melhores hospitais, os melhores jogadores de futebol e até mesmo os melhores politícos. Ouvem fado todos os dias com uma lágrima no canto do olho. Andam sempre à procura dos supermercados que vendem produtos Portugueses, ou vá Espanhóis ou Sul Americanos também serve. Ou de um restaurante que tenha coisas Portuguesas. E fazem parte dos 550 mil grupos de facebook de Portugueses no fim do Mundo.

Tipo 2 – Em Portugal tudo é mau
Reconhecem-se por só falar mal de Portugal. Tudo está mal, está à beira da falência. Tem umas praias fraquinhas, o tempo é péssimo e demasiado ameno. Os festivais são uma chatice. A comida não é assim nada de especial. Até nem ligam muito a futebol. Fado nunca foram grandes fãs. Juram a pés juntos, que esta foi a última vez que lá foram de férias, nunca mais. Se for preciso até dizem que as bolas de berlim na praia são más.

Enervam-me solenemente os dois tipos. Não consigo evitar ficar um bocado ofendida cada vez que falam mal do meu país. Se for de um estrangeiro, acho logo que não tem esse direito, porque nem sequer é Português. Se for de um Português tenho vontade de lhes chamar traidores e de lhes dar um par de estalos.
Enerva-me igualmente os que estão num país que só criticam, devem ter uma vida difícil por viverem num sítio que não gostam. Mas porque é que aqui estão? Vão-se embora! Se não puderem voltar a Portgual vão para outro sítio qualquer.
Para mim Portugal é maravilhoso, no entanto há umas quantas coisas que podiam ser melhoradas. Adoro Timor-Leste e a Austrália e ambos têm coisas maravilhosas e outras que podiam ser melhoradas, tal como qualquer outro sítio do Mundo.

Nem 8 nem 80, meus senhores.

1 comentário:

  1. Muito bem escrito, sim senhora! E é mesmo assim...apesar de haver os outros, a 3a categoria de cidadãos do mundo da Nação portuguesa....

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