Aventuras e desventuras de moças em permanente movimento migratório.

sábado, 27 de junho de 2015

Malas e bagagens

Mais de uma década de emigração e garanto-vos que sou um Às a fazer e desfazer malas. Eu sou tão forte nisto que estou a considerar seriamente apresentar-me no “Italia’s Got Talent” como profissional da modalidade. 
Para um mês de estadia em dois destinos com climas opostos, eu consigo escolher o que levar, dobrar tudo direitinho e eficazmente dar por seladas três bagagens: a minha, a do meu homem – que apesar de ser o amor da minha vida, é uma nódoa a fazer malas – e a da criança, necessaire e tecnologias várias com carregadores incluídos em 30 minutos. AH, desta é que vocês não estavam à espera!?! 
Consigo ainda a proeza de não exceder limites mínimos permitidos por bagagem nos aviões, sem me meter em cima da balança com a mala nos braços para tirar a prova dos nove ao mesmo tempo que me saem pérolas da boca como “28kg....eu acho que eles deixam passar...não posso é tirar mais nada porque aqui dentro só está mesmo o essencial!” E mais difícil ainda, consigo evitar aquelas coisas supérfluas, que efectivamente não servem para porra nenhuma, como por exemplo aqueles calções XS que esta ano continuarão a NÃO servir porque se a massa adiposa não mudou nos últimos dois meses não é a mamar imperiais e a comer caracóis e sardinhas no pão que vai diminuir. 
Meus amigos, na minha bagagem vai mesmo o que eu preciso, o que eu vou usar – com imenso estilo, diga-se de passagem – para todas as ocasiões e ainda umas alternativas de última hora que também serão usadas. Pois é, eu sou um mito! 
Como em tudo na vida, também aqui serviu tempo para a conquista plena da arte. E eu já levo muitos anos a virar frangos. Malas para uma semana ou um fim-de-semana é o somenos para uma mulher que por 3 vezes e sem bilhete de regresso já empacotou uma vida, em 30kgs de bagagem permitida, excesso incluído, e mala de cabine a rebentar pelas costuras. Momentos traumatizantes que me trouxeram sabedoria infinita! 
Por tudo isto decidi passar-vos uma mensagem de esperança em dias de férias, viagens, bagagens e dores de cabeça por culpa dessas trampas todas. Se eu e os meus sapatos aguentámos o embate da separação sem retorno à vista, também vocês conseguem fazer uma mala decente para o Algarve – e quem diz Algarve, diz Costa Vicentina, República Dominicana, Baleares ou Sudoeste Asiático. Não se ponham com merdas a levar este mundo e o outro, porque eu sei, vocês sabem, e TOOOOOODA a gente sabe, que não irão vestir metade. 
Renunciem à fraqueza da mente. Não sejam uns ovos podres! 

Sem comentários:

Enviar um comentário