Aventuras e desventuras de moças em permanente movimento migratório.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Save the date

Um emigrante está sempre a viver de avanço: marca as férias de Verão 6 meses antes, o Natal está planeado ainda Agosto não terminou, comemorações ao género festas de aniversário são planeadas dois meses antes e sempre tudo mediante a situação geográfica em que se encontra na data do evento. Enfim, um emigrante sabe, porque não tem outro remédio, que reuniões familiares e/ou com amigos não rimam com espontaneidade. É um luxo ter amigos e família reunidos só porque sim, na mesma situação espaço-temporal! A vida de emigrante é toda ela planeada com vários meses de avanço e os encontros devem por força encaixar entre as datas de chegada e partida. 
Há uns dias recebi um convite de casamento que deverá acontecer no próximo mês de Agosto. Fiquei surpreendida. Não pelo casamento per se, convenhamos que já ninguém supreende ninguém nestas coisas, mas por um convite assim tão sem pré-aviso. Receber um convite para um casamento marcado para meados de Agosto, quando estamos em pleno Julho complica a vida a qualquer um...ainda mais sendo emigrante.
Eu até podia apresentar 376 mil razões que justificassem a complicação que isto é, mas assim de rajada chegam estas três: 1) porque as férias não são quando um homem quiser, mas quando o trabalho permite 2) porque na Europa em Agosto é época alta, o que significa que os preços dos voos disparam a cada 2 horas e a malta ainda não limpa o rabo às notas de 5, quanto mais às de 500 euros 3) porque esta merda duma gaja se tornar adulta traz brinde, tipo marido, filhos e até animais, enfim cenas que complicam ainda mais a vida duma pessoa do bem. 
Agradeci o convite, lamentei a impossibilidade de não comparecer e pelo caminho ainda desejei felicidades. Enfim, tudo como a minha Mãezinha m’ensinou. Depois fiquei a pensar que esta ausência de noção de timing no convite podia ser também para despachar a alta velocidade aqueles convidados que na verdade só se convida porque “fica mal não convidar”. E achei genial! Afinal de contas não há nada que bata a souplesse de um aristocrático “You can’t sit with us”.

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