Aventuras e desventuras de moças em permanente movimento migratório.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

O Quinto Elemento

Os chineses não vão à bola com o número 4. Nós aqui também não. Porquê? Porque sim! A ideia deste blogue arrancou com cinco elementos, mas a diferença horária e os requisitos internacionais da agenda desta nossa amiga trocaram-nos as voltas. Se não fosse o quinto elemento do Jet Lag ter aceite juntar-se ao bando, as Jet Laggers continuariam a escrever-se com um "g", como a cerveja. O que para o caso também não destoa muito da realidade, mas isso são outros canecos. O que interessa é que agora que temos dois g's no Laggers e o quinto elemento para nos meter na ordem, estamos safas de incorrecções linguísticas!


Sou a Teresa, tenho 31 anos e deixei a extensa planície do Alentejo por uma miopia e um problema de humidade em Macau. As boas notícias são que há cá vinho decente! E que no meio da valente confusão que é esta terra, isto até é encantador. E vá, que após anos de vida de solteira com direito a gato e tudo, lá o amor me encontrou. As más noticias são que uma ida a Portugal me custa 2 semanas de jet lag e uma pilha de guita. Isso, uma data de rinites que me fizeram livrar do gato, e continuo sem dominar a shelf life das bananas neste clima. Como emigrante que se preze, iniciei recentemente a plantação dum hortejo em casa e o meu frigorífico está recheado de víveres Portugueses. Sou semi boss na cozinha, na modalidade do improviso artístico. Estudei 6 línguas, das quais 2 mal arranho e 4 misturo no dia-a-dia, muitas vezes na mesma frase. Possuo um naperon, mas nenhum cão de louça. Da minha viagem anual a Portugal trago sempre enchidos que me ocupam espaço no frigorífico durante o ano inteiro. Frequento as romarias Portuguesas quando as há cá, chego a fazer-me de interessada pela bola e choro por amor a isto tudo. Mas abomino a palavra "tuga" e todas as suas variantes e aflige-me malta que dá erros e que vilipendia da pontuação. As notícias, em especial de Portugal, são a minha novela das 9. E enfim, após décadas de pesquisa aprofundada venho constatar o que já se sabia: a felicidade reside em nós, nos simples detalhes, e em entrar no Pingo Doce depois de um ano fora de Portugal. Fazendo minhas as palavras do outro senhor: "se não contarmos com os ataques de nervos, isto nem tem corrido pior”.

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