Aventuras e desventuras de moças em permanente movimento migratório.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Coisas que me deixam fora de mim

"Ah e tal são os filhos quem muda as nossas vidas”. Mentira. O que muda as nossas vidas são os carrinhos de bébé! 
É aquele abrir e fechar de carrinho que enerva profundamente, porque há dias em que abre em menos de meio segundo e outros que é necessário preencher a requisição para a abertura e/ou encerramento técnico da dita cuja tomar lugar em data e local a definir pelas autoridades oficiais. 

É aquele encaixa e desencaixa no porta-bagagens que “ainda ontem entrou assim, mas porque carga d’água é que hoje não entra!?” e que só complica a vida de uma pessoa que demora mais tempo a entrar e sair do carro que a comprar uma meia dúzia de ovos no Carrefour às 10h30 da manhã, quando as filas para as caixas estão apinhadas de conversas do género:  
- Olhe, a mim hoje doem-me tanto as cruzes! 
– Que coincidência, ontem também me doíam as cruzes...e ainda doem, mas está a ver esta zona aqui, perto do pescoço, que me apanha aqui o músculo até ao pulso e ao joelho esquerdo...??? Prontos essa sim é que hoje me está a atrapalhar. Já quase nem falar consigo! 

É recordares-te a ti própria constantemente que compraste o carrinho de bébé “mais ligeiro do mercado” vencedor do prémio da melhor cena do género, pela Associação Infantil das Cenas do Género, e não conseguires explicar a ti própria aquele enorme e secreto desejo que te invade, de todas as vezes que fechas e abres o carrinho, de ir para a porta da fábrica construtora do carrinho com os cabelos desgrenhados, camisa desfraldada e suada do claro esforço físico a gritar em pulmões “ASSASSINOS! ASSASSINOS!”

É aproveitares que a criança está a dormir no carrinho, para dar um saltinho a uma livraria, perguntares à moça da livraria onde está o elevador para ires ao andar superior e ouvires “não temos elevador...mas pode deixar o carrinho ao pé da caixa e levar o bébé ao colo!”. Sorrires sarcasticamente e no teu mais profundo íntimo desejares àquele Nobel do Bom Senso uma dezena de filhos e um carrinho de marca branca comprado na PréNatal, em segunda mãe e com as juntas enferrujadas. Idiota! 

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